Pois é...tem este termo para definir aquela pessoa festeira, que está em todas.
Bom, eu acho que já fui arroz de festa mas mudei...ainda mais depois da mudança de país.
Quando a gente chega, a gente quer participar de tudo que é encontro, evento, festa...afinal queremos criar novos círculos de contatos e amizades. Aliás, círculos estes que foram minguando aos poucos e se acabando mesmo.
Porém, aqueles amigos de sempre, sempre ficam...haja o que houver e alguns novos também reconhecem que por estarmos "longe de casa" temos que nos esmerar e procurar estabelecer novas e boas relações.
Agora, certos eventos, eu fui mesmo deixando de ir. Pelo motivo de ver que faltava um pouco de qualidade naquela relação pré estabelecida, afinal, a gente sabe, tudo é uma questão de reciprocidade e afinidade. Simples assim.
Eu não tenho problema em "ser contato" de alguém desde que este contato não venha exigir de mim uma relação de amizade, quando eu não tenho a amizade dela.
Eu acho que as pessoas perderam um pouco a noção. Existem sim: contatos, conhecidos, vizinhos, colegas, amigos e familiares. Claro que as pessoas podem mudar de núcleos, tudo depende das oportunidades, convivência...mas sem neuras, por favor. Eu tinha amigos, conhecidos que viraram "desaparecidos".😂 É a vida...fazer o quê?
Um pequeno exemplo: uma colega de trabalho pode comentar dos preparativos para o casamento dela, mas ela não tem a obrigação de te convidar.
Enfim...hoje a gente pensa duas vezes...e meu marido é muito mais caseiro do que eu.
No final do mês passado, aconteceu uma festa de família. Decidimos por não ir. O motivo: gente que a gente nunca vê. Primos que não se visitam...tio e tias que nunca encontramos...A gente não tem mais paciência para todo o gasto de energia que é colocado em encontrar as pessoas, procurar criar aquele vínculo, perguntar, responder, ser simpático e depois..."até nunca mais".
A tia do meu marido, que se mudou no início do ano, decidiu reunir a família pra mostrar a casa nova. O tal do "housewarming". Ela mandou o convite no início de julho para a reunião no fim de agosto. Ou seja, tão cedo para todo mundo poder ir.
Titia pediu confirmação mas não nos manifestamos. Se fosse a MINHA TIA...eu teria era participado no dia da mudança até... mas também não me preocupei e tampouco meu marido, pois era um convite e não uma ameaça. A resposta seria para caso fôssemos.
Aí, senta que lá vem história...
Muitos dos primos que confirmaram, na hora H deram uma desculpa e não apareceram. Isso eu achei horrível.
Meu sogro reclamou porque a titia reclamou com ele. Não tinha escutado nada de nós.
Meu marido escreveu a ela explicando o nosso comportamento "associal" e disse que gostaria de visitá-la numa outra oportunidade.
Ela respondeu, amavelmente, que somos bem vindos porém, agora em setembro, a agenda está insanamente lotada de festas. Depois, em outubro, devem começar alguns pequenos reparos na casa e quem sabe lá em novembro...
É...titia é a maior "arroz de festa"...e cá pra nós...esta visita vai rolar é nunca...E pra ajudar ninguém mora perto...a família toda espalhada. E esta formalidade toda...AGENDA...já nos dá arrepios. Mas claro, evoluímos, somos todos muito ocupados...precisamos ter tudo ali planejado, esquematizado, analisado...ai ai ai
E pensar que no meu tempo, com minha tia...era ir na padaria, comprar as coisas pro lanche, chegar, sentar à mesa da cozinha...logo o café passado, fresquinho...ela abrindo a geladeira e tirando tudo de lá de dentro...e se a gente levantesse pra ir embora, ela falava que era pra ficar pro jantar! rs
Tias na Holanda e tias no Brasil, nem tá mais assim tão distante não rs...foram-se os tempos dourados...
2 comentários:
Adoro suas histórias 😁. Concordo muito com tudo que vc falou. 💋
Gosto da leitura. Você relata muito bem... sempre que conseguir, escreva...
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