A "Mudança para a Holanda" já aconteceu há alguns anos.
Hoje já tenho uma certa rotina mas, ainda, com algumas coisas novas... assim é a vida.

Muitas coisas aconteceram... nascimentos, amizades novas e fortes, outras frágeis e desfeitas.
E vai-se vivendo e aprendendo, ou não...afinal quem é perfeito? Eu tento...
E a vida ainda segue, meus caros, no "Vivendo aqui na Holanda"...
Seja bem vindo(a)!

domingo, 21 de julho de 2019

Quando Deus bate à porta...e daí? Manda entrar?

Ano passado, em meio a tudo o que aconteceu com a família por aqui, apareceram umas pessoas.
Três jovens rapazes bateram à minha porta. Dois americanos e um chinês. Acho que foi em setembro ou em outubro.
Queriam falar de Deus.
O mais intrigante é que eu tinha tido um sonho. Também andava pensativa com alguns questionamentos.
Se no passado tivemos tantos acontecimentos que marcaram a ação de Deus, como estão as coisas agora, nos nossos tempos atuais? 
Será que tem algum Moisés por aí? Algum Profesta Jeremias? Um Daniel, governador hebreu entre um povo idólatra como o do Império Babilônico? Por que tantas coisas ficaram tão distantes? Quando é preciso de alguma referência falá-se de fatos de milênios ou centenas de anos passados. Ou será que não somos mais capazes de ver? Ou será que não acontece mais nada mesmo?
Vez ou outra escuto um programa que só fala de fatos passados da Bíblia. Sempre os mesmos. Não há registros mais atuais? Ou outros fatos que valem a pena ser relatados?
Bom, mas isso são apenas pensamentos meus e eu achei até interessante os meninos de tão longe aqui na minha porta. E eu fiquei muito a fim de saber o que eles tinham para contar.
Os americanos eram recém chegados na Holanda. Imagina, eu tenho a mesma idade da mãe deles! Vi fotos da família, conversamos sobre assuntos diversos. E, detalhe, todos com o holandês na ponta da língua.
De cara, já disse que não tinha interesse em assumir o compromisso de ir a uma igreja, mas eu estava interessada em saber mais.
Me trouxeram folhetos, livrinhos, livro. E eu realmente estava muito interessada em estudar.
Porém a coisa não foi pra frente. Toda vez, eles reforçavam...olha domingo tem culto, esperamos que você vá. O mais assustador foi um deles me falar da data e hora do batismo - sendo que eu já sou batizada.
Mas claro, meu batismo não vale. E isso é uma coisa que não entra na minha cabeça. Batismo é batismo...não tem batismo que vale mais do que o outro. O significado e o valor para mim é o mesmo.
E eu fazia a "lição de casa" e eu dizia o que tinha entendido. Esperava algum complemento e nada.
Falavam que eu só tinha que ir para a igreja, para a minha salvação. E eu via que o discurso era sempre o mesmo. Se for assim, você será salva, se for assado você não vai pro céu.
Nós não temos que ser bons a troco de recompensas, nós temos que ser bons e corretos porque assim deve ser, porque assim seguimos o exemplo de Jesus Cristo, no seu exemplo de vida na Terra, quando esteve entre nós.
Enfim...eram discussões que eu queria ter com eles, mas não saía nada. Queria que eles falassem mais do livro deles e nada.
E eles tiveram a brilhante ideia de sugerir que a "lider"deles viesse aqui em casa me conhecer com o marido dela.
A princípio achei interessante. Meu marido já achou exagero, sendo que desde o começo eu disse que não tinha a intenção de ir à igreja. Ah e a igreja em outra cidade ainda, nem perto é.
No fim eu desisti de tudo. Os meninos tinham apenas um objetivo: conseguir gente para frequentar a igreja.
Fiquei pensando que logo a minha casa se transformaria num ponto de encontro.
Ainda sugeriram que eu não precisava preparar nada, que eles trariam tudo!
Ou seja, tomariam conta da minha casa?
Me convenceriam a todo custo de ir à igreja?
E me vi sob pressão. E pra quê mesmo todo este estresse?
Agradeci a vinda deles. Fiz um cartão para cada um deles com uma caixa de chocolate com as iniciais dos nomes de cada um deles. Eles ficaram felizes.
Depois disso, eu fiquei meio em pânico. Eles começaram a vir sem avisar, em certos horários estranhos. Naturalmente, tentando retomar as visitas ou o contato. Não gostei, não e disse que eles não deveriam aparecer desta forma. Se quisessem vir, para uma visita, ok. Mas, claro, não era este o objetivo.
E no Natal, no dia 25, eu tive uma surpresa que eu até achei fofa.
Abri a porta e tinha um coral de uns 30 jovens cantando todas aquelas canções natalinas! Quase chorei.
Foi lindo e eu fiquei realmente muito feliz. Só que não restou nada...porque não somos da mesma igreja. Olha a religião separando/selecionando.
E foi a última vez que vi os meninos.

2 comentários:

Paula Oliveira disse...

Fiquei triste com esse seu relato. Sinto muito que a experiência não tenha te ajudado com as respostas desejadas ou com discussões aprofundadas e interessantes para o seu contexto atual. Profetas de verdade hoje são raros e acredito que sempre foi assim. Mas Deus ainda existe, ainda atua, ainda move pessoas e realiza propósitos. Oro para que Ele te revele isso.
Um beijo

Eliana disse...

Oi Paula, muito obrigada por suas palavras e visita! Eu acredito que Deus nos revela muito, todos os dias e em todos os momentos...basta saber identificar seus sinais,porém nem sempre estamos alertas...talvez por falta de entendimento, de maturidade, aceitação, sabedoria...