Oh a confusão armada

Uns tempos atrás decidi fazer uma reforma aqui numa calça jeans do marido e transformá-la numa bermuda.
Bom, era só cortar e fazer a barra, o problema seria fazer a barra, pois eu não tenho a máquina de costura.
Aí, eu liguei para a minha sogra. Ela tem duas máquinas. Uma dela e uma outra que ela herdou de uma parente distante da mãe dela.
A ideia era ir até os meus sogros, claro, e lá fazer as barras. Porém, minha sogra decidiu que eles viriam pra cá, para trazer a máquina.
Bom, eu resolvi então chamá-los para jantar, mesmo porque marido estava comemorando os doze anos e meio de empresa e um motivo a mais para a "gezelligheid"com a família holandesa.
Eles chegaram pontuais como sempre, ou melhor, até antes do esperado. O primogênito deles nem em casa estava para receber os pais. Eles entraram, meu sogro colocou a máquina num canto da sala. Sentaram-se no sofá, servi café, liguei a TV pra eles irem vendo o jornal enquanto eu adiantava a janta na cozinha. 
Aí minha sogra veio com a máxima de que a máquina era para ficar comigo, que eu não precisava devolver.
Bom, eu fiquei surpresa e achei até legal o presente. Na verdade, já poderia ter comprado uma máquina há tempos, mas sempre fico na dúvida de que vou usá-la mesmo pra valer ou se a bichinha vai ficar acumulando pó e esquecida num canto qualquer da casa. Por isso, nunca executei a aquisição.
É como tirar a licença para dirigir. Há séculos venho pensando se devo. Conheço muita gente que foi, investiu a maior grana e não dirige, por medo, por preguiça, por falta de oportunidade de ter que dirigir, porque só dirige se o marido está junto ou mesmo para não gastar gasolina. Eu me viro super bem a pé, com a bicicleta, ônibus e trem e quando é preciso espero pelo marido, que me serve como motorista! rs
Assumo a preguiça de estudar. E como tem que estudar! E o fato de ter que fazer tudo de novo - porque no Brasil eu já tenho a minha licença - não me empolga nem um pouco. Já passei dos 18 faz é tempo. rs
Mas voltando ao assunto da máquina de costura, que a minha sogra disse que eu podia ficar com ela. Ahhh isso deu um quiprocó danado com meu sogro.
Ele disse que ela não podia me dar a máquina. Ela já foi logo respondendo que a máquina era dela e ela faria o que bem entendesse.
Quando ele disse que ela não poderia me dar a máquina por causa da "outra nora" deles, aí sim, a coisa ficou feia.
Eu já falei que a outra nora, que é holandesa, faz é tempo que banca a indiferente com eles.
Aí meu sogro disse que, um tempo atrás, o outro filho deles perguntou se a mulher dele podia usar a máquina. Claro que eles disseram que sim, para mimar a moça e mostrar para ela como ela é querida. 
Só que do jeito que ele falou, parecia que tinha sido ao mesmo tempo que eu pedi (mas que saco, eu nunca peço nada e quando peço a outra ainda pede a mesma coisa que eu!) mas não, já fazia meses.
Minha sogra só fuzilava meu sogro com o olhar. E ficaram os dois resmungando na sala.
E achei sacanagem mesmo o meu sogro tão preocupado com a outra nora dele.
Já está decidido que esta máquina volta pra minha sogra assim que eu terminar as minhas reforminhas, mesmo porque, parece praga de sogro, mas a máquina dela quebrou.