A "Mudança para a Holanda" já aconteceu há alguns anos.
Hoje já tenho uma certa rotina mas, ainda, com algumas coisas novas... assim é a vida.

Muitas coisas aconteceram... nascimentos, amizades novas e fortes, outras frágeis e desfeitas.
E vai-se vivendo e aprendendo, ou não...afinal quem é perfeito? Eu tento...
E a vida ainda segue, meus caros, no "Vivendo aqui na Holanda"...
Seja bem vindo(a)!

domingo, 1 de outubro de 2017

A vizinha


Bom, nem vou discutir aqui que eu não tenho amizades holandesas...não tenho e pronto...é assim. Culpa deles, não sei...culpa minha que não vai atrás? Sei lá. Já tentei.
Nossa, você vive a tantos anos aí na Holanda e não tem amigos holandeses? Não, não tenho!
Falo de amizade...que vai na casa, que combina um passeio, que conta alguma coisa, que desabafa...necas. Porque dizer "hallo"na rua, eles dizem para qualquer um. Te cumprimentam como se fossem seus melhores amigos e podem te contar a vida deles em cinco minutos. Apesar que tem uns que nem "hallo" dizem mais. Uns tipos que passam olhando pro chão, só para não te olhar.
Mas um dia, encontro uma das vizinhas, HOLANDESA, na rua. Ela me para e começa uma conversa e então ela diz que precisa ir ver a mãe, que é bem idosa e interna numa residência de idosos e emenda um "vamos tomar um café qualquer dia". Gente...eu juro que fiquei me perguntando se eu tinha entendido bem. Ela diz para eu bater qualquer hora na casa ela.
Aí esta semana, depois de duas semanas do nosso encontro, vi que ela estava em casa e fui lá, meio ressabiada. Como eu não queria fazer nada assim "na hora", perguntei se poderíamos tomar o tal café no dia seguinte e ela topou.
E ela veio. Me trouxe bulbos de jacinto que eu nem sei onde plantar, mas tudo bem. O que vale é a intenção.
E a primeira pergunta dela para a minha pessoa é o que eu faço fora de casa.
Gente, parece que você é obrigado a ter que participar de uma academia, de um clube, de uma quadrilha de bandidos, de uma igreja para ser alguém.
Parece que tudo gira numa troca de interesses. Deixa eu conhecer fulano, quem sabe ele pode me ser útil para alguma coisa.
Uma coisa que me esgotou é encontrar com gente que nada tem a ver comigo. NADA. Eu procuro sempre respeitar o jeito da pessoa, mas se a pessoa não considera o meu lado...tô fora.
E ela contando que frequenta academia, que paga tanto por mês, que pode fazer qualquer aula ou atividade antes das dezesseis horas, que encontra vários vizinhos lá, que tem sauna e que o mais legal é que o café, chá, energéticos e bolachinhas são à vontade e você faz contatos com as pessoas.
Para, né? Dizer que café e chá são à vontade, ilimitados e contato com pessoas ou com os vizinhos não irião nunca me convencer a frequentar uma academia...
Questionei esta parte do contato e amizade. Ela me olhou, como se me analizasse.
Eu disse que eu tenho e me ocupo bastante com as minhas poucas e fiéis amizades. Que mesmo determinados amigos estando tão longe fisicamente, nos fazemos presentes na vida uns dos outros e que eu não tenho necessidade de contatos.
Ela se calou. Falou do clube de horta do qual faz parte, dos jantares a cada duas semanas com o pessoal onde cada um faz a sua comida e leva pra comer no tal encontro. Fico me perguntando o que esta gente conversa hahaha sobre a colheita?
Enfim...ela foi simpática, amável para uma holandesa, que eu costumo dizer que se bastam a si mesmas rs...não...minha sogra e minhas cunhadas são tranquilas, mas é da família né, não conta.
Me emprestou um livro sobre Alzheimer e disse que quer que eu vá tomar café com ela na casa dela...
Acho que estamos progredindo! 
Veremos.

5 comentários:

rose disse...

Não deixa de ser um começo. Quem sabe rola uma amizade?! Investe no café na casa dela. Boa sorte 😀😀😀
Bjs💋

Fondue e Chocolate disse...

hahah... aqui também é mais ou menos assim. Melhora um pouco quando a pessoa em questão é suiço(a), mas tem uma descendência estrangeira de um povo mais aberto (italiano, espanhol, sulamericano, rsss...).
Eliana, também estou passando aqui pra agradecer sua cia durante todo esse tempo de blog. Resolvi fechar o meu por uns tempos. Estava me custando muito ter um blog, então preferi ficar um pouco fora de "evidência" por uns tempos.
Não vou prometer, mas tentarei vir aqui de vez em quando ler os seus "causos". Não vou dizer adeus, mas sim um até breve.
Obrigada pelo seu carinho durante todo esse tempo.
Um beijo e até mais!

Ma disse...

No começo eu era bem ressabiada com os alemães e, como a maioria pensa, o velho e bom clichê de que eles são frios e não se abrem à amizades. Com o tempo entendi que eles são sim mais fechados, mas que a gente também tem que fazer a nossa parte e se abrir ao contato. Não sei os holandeses, mas se você tem um amigo alemão, ele é muito mais dedicado à amizade e fiel do que o brasileiro, que gosta de falar muito, mas mantém as amizades no plano da superficialidade, na hora do vamovê corre todo mundo. Tenho uma grande amiga alemã que até entrou para a família, é madrinha da Laura. Invista! Beijos

Eliana disse...

Oi Dona Rose...obrigada pela torcida...rs

Oi Sandra, ahh vou sentir falta de te visitar lá no seu blog e obrigada por sua presença aqui também. Espero que passe por aqui sempre que puder e deixe um oi...estamos por aqui! Tudo de bom pra você.

Ma, na família do marido, os amigos dos irmão e das irmãs são desde o jardim da infância...imagina a fidelidade deste povo! Se casaram até entre eles pra preservar os costumes e os filhos são amiguinhos uns dos outros rs Não tem ninguém novo há gerações rs mas também o grupo se mantém e talvez eles realmente não precisem de mais ninguém, a qualidade da amizade é boa e eles estão bem assim. A gente que é de fora é que fica de fora porque simplesmente é assim mesmo, falta de interesse deles e vice e versa.
Mas holandês é meio oportunista, curioso...ele vai pra ver o que é, sabe? Me lembro de uma conhecida que chamou quase todos os vizinhos pra conhece-los, no aniversário dela. Foi todo mundo, uma cena bonita. Parecia um grupo de amigos. Ela nunca recebeu um convite de volta pra um café!
Mas eu falo aqui, reclamo mas sou ciente de que não podemos dar as costas...mas com cautela!

Joana disse...

Oi Eliana! Eu achei curioso ler sobre os holandeses e a amizade, achei muito semelhante com os suecos. Não é fácil fazer amizade com eles, são simpáticos e gentis mas muitas vezes não passa disso. Beijo e obrigada pelas visitas lá ao blog!