A "Mudança para a Holanda" já aconteceu há alguns anos.
Hoje já tenho uma certa rotina mas, ainda, com algumas coisas novas... assim é a vida.

Muitas coisas aconteceram... nascimentos, amizades novas e fortes, outras frágeis e desfeitas.
E vai-se vivendo e aprendendo, ou não...afinal quem é perfeito? Eu tento...
E a vida ainda segue, meus caros, no "Vivendo aqui na Holanda"...
Seja bem vindo(a)!

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Egocentrismo ou autismo?

Sem querer bancar a entendida no assunto ou tratar o autismo a fundo, porque eu nem saberia por onde começar, vou apenas comentar algumas coisas que eu vejo por aqui.
Não sei se porque aqui na Holanda tem toda uma infraestrutura voltada para o atendimento de "pessoas especiais" e, daí, certos fatos aparecem mais do que somos acostumados a ver.
Esta infraestrutura visa tratar destas "pessoas especiais"de modo que elas sejam inseridas na sociedade mesmo com suas "limitações". Claro que, certos casos, não há uma possibilidade de fato mas tem-se todo o amparo. E não só para o autismo.
Aí a gente conversa e troca umas ideias e me veio o seguinte pensamento: está se confundindo autismo com egocentrismo?
Afinal estamos dentro de uma sociedade e todas têm o seu código de comportamento.
Vejam bem, não quero pormenorizar, mas outro dia aqui em casa, o namorado egípcio da minha cunhada revela assim, sem mais nem menos, de que é autista.
Ficamos surpresos com a reveleção e perguntamos o porquê ele se "nomear" autista.
Uma das principais características do autismo é a falta de empatia, de expressar emoções. Ele é super comunicativo, tem empatia...não vi nada de autista nele dentro do meu humilde conceito e de casos que já vi, com conhecidos, em escola e instituições.
E ele citou alguns pontos.
Sabe, não gostar de mudanças (isso é preguiça de sair da zona de conforto), não gostar de aglomerações (é muito chato) , não abrir mão de sua vontade (isso pode ser má vontade, ser mimado, egocêntrico) não faz de você um autista.
Neste caso, se formos pensar mesmo, então somos quase todos autistas. E holandeses, de certa forma, pra mim, parecem que são quase todos autistas.
Uma pessoa com quem você teima e ela não aceita seu ponto de vista, não é um autista, é um teimoso, convencido de seu ponto de vista que não quer aceitar que está errado. Isso é ser orgulhoso.
Uma pessoa que só fala de um mesmo assunto e não vira o disco, é chata e não autista. Só fala e nunca sabe a hora de calar. Pra mim, é só chegar nela e dar um toque. 
Não gostar de ser abraçado, beijado não é autismo, isso pode ser timidez.
Ficar na sua e não ser a pessoa mais popular do universo é ser introvertido e não autista.
E para desmistificar todo o assunto ou ainda confundir muito mais as pessoas (porque eu já estou me achando meio autista), a TV holandesa está transmitindo uma série de um programa chamado Het is hier Autistisch - Filemon Wesselink suspeita há algum tempo de  que ele tem um transtorno do espectro do autismo, um distúrbio complexo e enigmático que não é muito conhecido para ele. Para esclarecer, Filemon começa com seu próprio processo de diagnóstico intensivo.
É interessante, é, mas é preciso muito cuidado para não se confundir alhos com bugalhos.

2 comentários:

Debora disse...

Essa auto-definição de autismo que você descreveu me parece totalmente equivocada. Como você mesma diz no texto, a tal personalidade pode conter traços de timidez, teimosia, preguiça... mas certamente não compõem um diagnóstico de autismo. Achei bem estranho!

rose disse...

Eliana, concordo com vc. Esse namorada da sua cunhada não tem nada de autista. As coisas que vc listou são temperamentos de cada um. Não dá pra comparar com atitudes de gente folgada que quer por a culpa de determinadas coisas em uma síndrome séria como o autismo, não acha?
Bjs