A "Mudança para a Holanda" já aconteceu há alguns anos.
Hoje já tenho uma certa rotina mas, ainda, com algumas coisas novas... assim é a vida.

Muitas coisas aconteceram... nascimentos, amizades novas e fortes, outras frágeis e desfeitas.
E vai-se vivendo e aprendendo, ou não...afinal quem é perfeito? Eu tento...
E a vida ainda segue, meus caros, no "Vivendo aqui na Holanda"...
Seja bem vindo(a)!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A vizinha folgada... socorro!

Colega, você aí, minha amiga, que é mãe, que resolveu enfrentar a grande aventura da maternidade.
É uma decisão sem volta a decisão de ter filhos. Acredito que você tinha em mente esta ideia quando resolveu ser mãe, idealizando aquele rostinho fofinho, as risadinhas banguelas e todas as fofurices que só um bebê tem. Com quem será que irá se parecer? Será lindo como o pai? Terá a inteligência da mãe?
Pois é, e espero também que você tenha levado em conta as noites em claro, que podem ser muitas no decorrer da vida inteira e por vários motivos. Dos choros infinitos de cólica e mazelas diversas. Das birras e malcriações. Das brigas sérias, do desrespeito...porque uma hora tudo isso acontece...em umas famílias mais, em outras menos...mas acontecem.
E aí você tem o seu primeiro filho e resolve ter o segundo, o terceiro, o quarto...
Se você vive longe da família e, ainda por cima, num país estranho e frio...você terá que ser quase ninja.
Saiba que ao decidir ser mãe, você vai triplicar suas obrigações e tarefas diárias. Mas tudo isso é fichinha, afinal tudo vale a pena quando se recebe o carinho de um filho.
A escolha é de cada um.
E considerando que a escolha é sua, eu acredito que você não vá responsabilizar e delegar suas obrigações a terceiros, principalmente aos que não têm filhos.
Não pense que quem não tem filhos, não tem o que fazer. Uma pessoa sem filhos talvez tenha mais liberdade no seu dia a dia, mais flexibilidade nos seus horários. Como por exemplo, não ter que sair no frio, no meio da escuridão, da chuva, do vendaval pra levar os bacurizinhos para escola.
Uma pessoa sem filhos tem as mesmas coisas para fazer que uma mãe, ela só não tem os filhos. O resto é tudo igual.
Mas claro que, neste mundo, ninguém vive numa bolha e uma hora ou outra será necessário pedir uma ajuda. Tudo bem. É perfeitamente compreensível. Nós sem filhos não somos tão frios e apáticos assim.
Agora se você tem uma rotina, que foi escolhida por você, seja realista de que a rotina é sua e ninguém tem nada a ver com isso.
Claro que outras pessoas que têm filhos se compadecem e sabem que podem trocar favores do mesmo nível com outros que também são pais. Até aí, normal, uma mão lava a outra e todos ficam felizes. Quer ter uma noite romântica com seu amor? Peça ajuda para a avó, uma tia ou para aqueles vizinhos com quem seus filhos brincam depois da escola. 
Pode até ser para aquela amigona sem filhos? Pode...mas tenha em mente que ela é que está lhe fazendo um grande favor e não você, de deixar ela desfrutar dos seus filhos. A sua amiga sem filhos, nunca vai ter o que te pedir na mesma proporção. Pense nisso. Claro, a não ser que ela viva enfiada na sua casa, tomando o seu tempo, abrindo sua geladeira, seja uma espaçosa...tudo depende. Tenha bom senso.
E a minha vizinha folgada parece não ter bom senso.
Ela sabe que tem que buscar a filha mais velha na escola. Porém, muitas vezes o bebê ainda está dormindo nesta hora dela sair.
O que ela se acostumou a fazer? Adivinhem. A bater aqui.
Detalhe: ela tem carro na porta e dirige.
Já quebrei o galho dela algumas vezes e a coisa tem sido quase que semanal.
Sabe que tal hora tem que sair? Acorda o bebê um pouco antes, coloca ele na cadeirinha, enrola num cobertor e pronto...entra no carro e vai. Não é nem cinco minutos.
A rotina é dela, não minha.
A desculpa dela: o menino está dormindo e ela tem dó de tirá-lo da cama pra sair no frio.
A minha ira: ver o pai sair com o filho no fim de semana, no frio, bem no horário do menino estar dormindo. E ela em casa. Aí pode?
Se o menino pode sair com o pai, dormindo no carrinho, no frio, por que não pode sair com ela, no carro, que precisa sair pra ir buscar a filha mais velha na escola? Por que ela tem que bater aqui e me pedir para ir ficar com o menino?
Ah e uma outra vez, ela saindo e eu saindo ao mesmo tempo, a pé. Ela só me falou "hallo", entrou no carro e saiu cantando pneu. 
Pensei que ela podia ter me oferecido uma carona, né?
_ Olha, tô indo para tal lado, se der certo pra você também, entra no carro que eu te deixo lá. (Ainda mais considerando que eu tenho prestado favores a ela...seria simpático e mesmo porque já bateram aqui pedindo pro meu marido levá-los para a estação quando eles não tinham carro. A chamar o meu marido no trabalho dele para levá-la ao controle da gravidez...Vejam o nível da minha solidariedade...Pois é, a gente é trouxa mesmo)

Depois dessa, a porta pode ir abaixo, mas eu não abro mais! 
Me chamem de cruel! Em 2017 tudo será diferente!

3 comentários:

Ana Célia disse...

Ai Eliana, mas que vizinha folgada, hein? Fala pra ela que vc pode fazer um precinho bom pra ser baby sitter uma vez por semana, hehe...se ela for holandesa vai sumir na hora!

rose disse...

Eliana,muito bom esse texto rsrs. Muitas verdades colocadas. Agora, sua vizinha é cara de pau. Numa emergência tudo bem pedir uma ajuda mas fazer disso um hábito não dá. Pior que nem uma carona te ofereceu, eu hein rsrs.
Bjs

Analice disse...

Eu sou tolerante até perceber a folga da pessoa, pois depois disso... também podem me chamar de cruel...